11 de maio de 2012
10 de maio de 2012
SERVIDÕES BIOLÓGICAS DA LINGUAGEM
Gaston Bachelard, em sua “Poética do Devaneio”, disse que “o mundo é constituído pelo conjunto de nossas admirações.”
Isto é, primeiro o homem admira aquilo que ele encontra, depois analisa, classifica e cria uma palavra indicativa do objeto, através do uso da razão.
Com o artifício da palavra, o gênero humano consegue denominar tudo o que os seus sentidos lhe mostram, atribuindo, inclusive, sexo a vegetais, animais, objetos inanimados ou fenômenos naturais. Para o homem, o mundo se divide em masculino e feminino.
Assim sendo, existem ossos masculinos como o fêmur, o rádio e o crânio, mas também femininos, como a tíbia, as falanges e a mandíbula.
Existem árvores com sexo masculino, como o Baobá, o Cedro e o Pinheiro. Por outro lado, há também as femininas como a Canela, a Imbuia e a Araucária.
Há animais com nomes masculinos como o Morcego, o Gambá e o Tamanduá, mas existem também os com denominações femininas como a Onça, a Capivara e a Cobra.
Mas quem decidiu que uma determinada árvore teria nome masculino e outra, nome feminino? A árvore, em gênero, tem sexo? E os ossos? E as espécies animais? Por que tudo no mundo deve ser macho ou fêmea?
É possível que a linguagem seja dividida nessa matriz dual, porque replica nos objetos e demais seres, aquilo que caracteriza e divide a humanidade, enquanto parcela do mundo animal (animus e anima).
Mas em alguns casos, uma palavra masculina não encontra liame sexual adequado com o objeto designado, como por exemplo a palavra “calor” que, na língua portuguesa é escrita no masculino, mas, segundo a sensibilidade do poeta, deveria ter sido designada no feminino.
Ora, calor é mulher, é acolhimento, é amparo, colo, é a sensação primordial que acompanha o ser humano antes mesmo de nascer no frio masculino deste planeta, tanto que no francês, “calor”, é feminino (la chaleur) e, se é necessário dar sexo a todo o mundo sensível, no caso do calor, ele deveria ser ela.
Já no caso da “água” houve acerto na atribuição de sexo, pois a água é toda feminina, líquida, mutante e imprecisa. Henri Bosco demonstrou o aspecto feminino da água em um mergulho no lago:
“Somente ali eu conseguia às vezes libertar-me do mais negro de mim mesmo, esquecer-me. Meu vazio interior se preenchia…A fluidez do meu pensamento, onde até então eu tentara encontrar a mim mesmo, parecia-me mais natural e assim menos amarga. Por vezes eu tinha a sensação, quase física, de um outro mundo subjacente e cuja matéria tépida e móvel, aflorava sobre a extensão melancólica de minha consciência. E então, como a água límpida das lagoas, ela estremecia.”
Da mesma forma, acertou quem chamou “maçã” de mulher. Nos seus “Sonetos a Orfeu”, Rilke trata do assunto:
"Ousai dizer o que chamais de Maçã.
Essa doçura que primeiro se condensa
Para, com uma doçura erigida no gosto,
Chegar à claridade, ao despertar, à transparência,
Tornar-se uma coisa daqui, que significa o sol e a terra.”
Ao que parece, assim como ocorre com os transgêneros humanos, que não possuem o corpo adequado à sua psique, também parte dos elementos do mundo sensível recebeu designações que não guardam consonância com a sua essência ontológica e, principalmente, poética.
5 de maio de 2012
ACRIANÇAMENTO
Concordo com o Rubem Alves quando
ele diz que, em vez de entender a criança como um ser limitado, que precisa ser
educado e instruído, deveríamos vê-la também como um estado existencial
precioso e que poderia ser resgatado pelo homem dito “adulto” sempre que
sentir-se esgotado ou desanimado com a realidade.
Esse retorno à essência de
criança não significa uma infantilização, mas sim um desejo de voltar a
sentir-se igual aos demais, de despojar-se dos preconceitos, rotulações e
etiquetas ilusórias impostas pela (contra-)cultura contemporânea.
Nietzsche foi um filósofo-criança
e mantém a sua atualidade, justamente por ter assumido essa postura essencial. Na
sua multicitada obra “Assim Falou Zaratustra”, ele demonstra que também se
fazia criança para pensar:
“Mudei-me da casa dos eruditos e bati a porta ao sair. Por muito tempo
a minha alma assentou-se faminta à sua mesa. Não sou como eles, treinados a
buscar o conhecimento como especialistas em rachar fios de cabelo ao meio. Amo
a liberdade. Amo o ar sobre a terra fresca. É melhor dormir em meio às vacas
que em meio às suas etiquetas e respeitabilidades.”
Mas o acriançamento é também a
vontade de reencontrar-se com o novo, com os sabores mágicos, os lugares
fantásticos, as pessoas gigantes, os cheiros intrigantes e as pessoas
interessantes, pois é assim que a criança vê o mundo.
É o propósito de livrar-se da
preocupação, da culpa, da pressa e da pressão do tempo, do trabalho e da
família. É a visualização do mundo pelos olhos do poeta, de quem redescobre ou
reinventa um animal, uma palavra ou um objeto.
É questionar os motivos e as
razões de cada coisa, é filosofar pela raiz, é ver o mundo de ponta-cabeça ou
como em um negativo de fotografia.
É buscar o encantamento com as
coisas simples da vida e o contentamento fácil com um olhar amigo, um sorriso,
um abraço ou uma lembrança.
É a ideia de redesenhar uma vida
que se acinzenta diante das dificuldades que nós mesmos nos impomos uns aos
outros, de renovar a respiração pesada do ar tragado com dificuldade, de erguer
o rosto diante das adversidades e de relaxar o semblante carregado.
Quem sabe a infância não seja
apenas parte do passado, mas sim de um futuro que está atrás de nós, que nos
integra e que pode vir a fazer parte do que ainda poderá vir a ocorrer.
22 de abril de 2012
SOLIDÃO COLETIVA
É
comum ouvir-se que as pessoas, mesmo imersas em oceanos de pessoas no seu
cotidiano, sentem-se progressivamente solitárias nos dias atuais.
Disso
se pode concluir que o remédio para a solidão, não é o mero convívio com outros
da mesma espécie, mas sim a forma de relacionamento interpessoal.
Quando
se nota que ninguém está se importando com os seus sentimentos ou seu
bem-estar, pode-se estar acompanhado de milhares de pessoas que a solidão
persistirá, o que tem sido agravado com o passar do tempo pela ruína do modelo
de afetividade familiar e pelo desenvolvimento da moral individualista própria
do sistema capitalista neoliberal.
Para
quem não a sente, a solidão é apenas mais uma palavra, porém, o mesmo não
ocorre para aqueles que a tem como companhia diuturna e indesejada.
Não
é à toa que a solidão é tema frequente para a sensibilidade do poeta. Alceu
Valença foi um dos que cantou as mazelas da solidão, em uma canção homônima,
que contém o seguinte trecho:
A solidão é
fera, a solidão devora,
É amiga das
horas, prima-irmã do tempo,
E faz nossos
relógios caminharem lentos,
Causando um
descompasso no meu coração.
Particularmente,
costumo pensar que gosto da minha própria companhia. É bem verdade que já
estive brigado com ela, mas hoje me considero um bom amigo meu, assim como o
Frejat quando canta a música “Tão Longe de Tudo”, que foi belamente desenhada
com os seguintes versos:
Solidão amiga do peito
Me dê tudo que eu tenha por direito
Me diga, me ensina
Ao dormir não sinto medo
Há um sol, existe vida
Me trate com jeito
Eu tenho saída
Estar só pode também ser bom, assim como silêncio de que falei na crônica da semana passada, basta que se consiga atingir uma sincera paz com o seu eu interior e com o mundo externo.
Solidão amiga do peito
Me dê tudo que eu tenha por direito
Me diga, me ensina
Ao dormir não sinto medo
Há um sol, existe vida
Me trate com jeito
Eu tenho saída
Estar só pode também ser bom, assim como silêncio de que falei na crônica da semana passada, basta que se consiga atingir uma sincera paz com o seu eu interior e com o mundo externo.
5 de abril de 2012
CRÔNICA CONSTRUTIVA
Gostaria de dizer que a minha cidade está sendo bem administrada, que temos uma Câmara de Vereadores atuante, que cumpre com o seu papel e que trabalha de forma eficiente para a melhoria das condições de vida da população.
A verdade, porém, é que não posso fazer tais afirmações. A meu ver, nossa cidade não está sendo bem administrada e, quem deveria ter efetuado uma fiscalização efetiva neste último mandato, não o fez. Agora, em ano eleitoral, quem exerce funções públicas no executivo e no legislativo, tenta reverter o desgaste da imagem pública abalada pelo resultado da qualidade de sua atuação.
Porém, não basta criticar. Quem afirma que a coisa não vai bem, deve sugerir o que poderia ser feito para melhorar a cidade. Este é o espírito da crônica que segue.
É claro que este singelo e limitado texto não poderia comportar soluções para todos os problemas de Jaraguá do Sul, que somente se agravaram nos últimos anos. Contudo, algumas sugestões de melhorias simples podem auxiliar quem pretende, de boa-fé, candidatar-se a alguma função pública no próximo pleito eleitoral.
Um exemplo de melhoria simples, barata e eficaz, seria a instalação de sirenes junto às câmeras de vigilância instaladas em diversos pontos da cidade.
Essa sugestão da implantação de sirenes, segue exemplo bem sucedido adotado por Curitiba (PR), que acabou conseguindo reduzir sensivelmente a ocorrência de furtos, atos de violência e crimes em geral. Além de identificar os criminosos através das câmeras, as sirenes denunciam a ocorrência de ato ilícito, chamam a atenção de quem está por perto e dissipam atos de violência.
Sobre a questão da conectividade, Jaraguá do Sul poderia concluir a implantação do sistema de internet via antenas de Wi-Fi, disponibilizando sinal, ao menos, para pontos estratégicos da cidade, o que contribuiria com a educação e com a agilização de questões negociais. Esse projeto já existe, mas não foi concluído.
Na questão ambiental, deveria ser promovida uma maior fiscalização da ocupação irregular do solo, principalmente nas encostas, em vez de se promover apenas a regularização de ocupações ilícitas, como sempre foi feito. Esse tipo de medida é antipática e, por isso, dificilmente é praticada por administradores eleitos pelo voto popular. Todavia, se medidas como essas não começarem a ser implementadas, em muito breve teremos problemas sociais e ambientais ainda mais graves. A natureza não é o problema, nós, seres humanos, é que não a respeitamos.
Ainda com foco ambiental, ideias que privilegiem a adoção de projetos de captação e uso da água da chuva, principalmente nos prédios públicos, bem como o incentivo ao uso da energia solar, são medidas essenciais, considerando-se, especialmente, que é o setor público que deve dar o exemplo a ser seguido pelos cidadãos.
Jaraguá do Sul também não tem espaços de lazer dignos, parques públicos e áreas verdes (dotados de corredores de biodiversidade) com estrutura adequada, para que os munícipes frequentem, façam exercícios físicos e convivam com suas famílias. A vocação industrial da cidade deve conviver harmoniosamente com elementos que possibilitem a manutenção de um bom nível de qualidade de vida.
E assim poderia ser prosseguir na área da saúde (com a falta de postos de saúde e médicos), no trânsito caótico (que piora a cada dia com a adoção de medidas erradas e sem planejamento), da educação (que já teve conceito melhor por aqui) e demais setores que demandam olhar atento por parte de quem recebe salários para trabalhar em favor da cidade.
É claro que alguém pode dizer que isso ou aquilo já está projetado, ou que será feito em breve, ou ainda, que já está sendo feito. Esse tipo de discurso é sempre utilizado. Porém, a verdade é que, quem mora por aqui está vendo muito pouco ou quase nada além de promessas. Está dito!
A verdade, porém, é que não posso fazer tais afirmações. A meu ver, nossa cidade não está sendo bem administrada e, quem deveria ter efetuado uma fiscalização efetiva neste último mandato, não o fez. Agora, em ano eleitoral, quem exerce funções públicas no executivo e no legislativo, tenta reverter o desgaste da imagem pública abalada pelo resultado da qualidade de sua atuação.
Porém, não basta criticar. Quem afirma que a coisa não vai bem, deve sugerir o que poderia ser feito para melhorar a cidade. Este é o espírito da crônica que segue.
É claro que este singelo e limitado texto não poderia comportar soluções para todos os problemas de Jaraguá do Sul, que somente se agravaram nos últimos anos. Contudo, algumas sugestões de melhorias simples podem auxiliar quem pretende, de boa-fé, candidatar-se a alguma função pública no próximo pleito eleitoral.
Um exemplo de melhoria simples, barata e eficaz, seria a instalação de sirenes junto às câmeras de vigilância instaladas em diversos pontos da cidade.
Essa sugestão da implantação de sirenes, segue exemplo bem sucedido adotado por Curitiba (PR), que acabou conseguindo reduzir sensivelmente a ocorrência de furtos, atos de violência e crimes em geral. Além de identificar os criminosos através das câmeras, as sirenes denunciam a ocorrência de ato ilícito, chamam a atenção de quem está por perto e dissipam atos de violência.
Sobre a questão da conectividade, Jaraguá do Sul poderia concluir a implantação do sistema de internet via antenas de Wi-Fi, disponibilizando sinal, ao menos, para pontos estratégicos da cidade, o que contribuiria com a educação e com a agilização de questões negociais. Esse projeto já existe, mas não foi concluído.
Na questão ambiental, deveria ser promovida uma maior fiscalização da ocupação irregular do solo, principalmente nas encostas, em vez de se promover apenas a regularização de ocupações ilícitas, como sempre foi feito. Esse tipo de medida é antipática e, por isso, dificilmente é praticada por administradores eleitos pelo voto popular. Todavia, se medidas como essas não começarem a ser implementadas, em muito breve teremos problemas sociais e ambientais ainda mais graves. A natureza não é o problema, nós, seres humanos, é que não a respeitamos.
Ainda com foco ambiental, ideias que privilegiem a adoção de projetos de captação e uso da água da chuva, principalmente nos prédios públicos, bem como o incentivo ao uso da energia solar, são medidas essenciais, considerando-se, especialmente, que é o setor público que deve dar o exemplo a ser seguido pelos cidadãos.
Jaraguá do Sul também não tem espaços de lazer dignos, parques públicos e áreas verdes (dotados de corredores de biodiversidade) com estrutura adequada, para que os munícipes frequentem, façam exercícios físicos e convivam com suas famílias. A vocação industrial da cidade deve conviver harmoniosamente com elementos que possibilitem a manutenção de um bom nível de qualidade de vida.
E assim poderia ser prosseguir na área da saúde (com a falta de postos de saúde e médicos), no trânsito caótico (que piora a cada dia com a adoção de medidas erradas e sem planejamento), da educação (que já teve conceito melhor por aqui) e demais setores que demandam olhar atento por parte de quem recebe salários para trabalhar em favor da cidade.
É claro que alguém pode dizer que isso ou aquilo já está projetado, ou que será feito em breve, ou ainda, que já está sendo feito. Esse tipo de discurso é sempre utilizado. Porém, a verdade é que, quem mora por aqui está vendo muito pouco ou quase nada além de promessas. Está dito!
30 de março de 2012
29 de março de 2012
MILTON VIOLA FERNANDES
O nome que dá título a esta crônica pouca gente conhece, mas o “nome artístico” Millôr Fernandes, quase todo brasileiro conhece ou, ao menos, já ouviu falar.
Pois é, Millôr, que era jornalista, escritor, ilustrador, dramaturgo, fabulista, calígrafo, tradutor e inventor do frescobol, deixou estas paragens na última terça-feira.
Deve ter ido irradiar o seu talento e alegria em outros planos. Além das magníficas charges, muitas frases criativas e provocativas marcaram a cultura brasileira.
Brincando com as palavras como quem monta quebra-cabeças, dizia Millôr, por exemplo, que “feliz é o que você percebe que era, muito tempo depois.”
Com típico olhar de quem sempre está (re)descobrindo o mundo, Millôr percebeu que a “anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.” Ou ainda, que: “o homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.”
A sabedoria e a sensibilidade eram abundantes, mas peço vênia especialmente nesta crônica para apontar-lhe um erro, sim, um equívoco grosseiro cometido contra si mesmo.
Millôr errou feio ao dizer que “todo homem nasce original e morre plágio”. Isso pode até acontecer com a maioria, mas há alguns espécimes raros, como o próprio Millôr, que morrem tão originais quanto nasceram. Não há como imitá-los ou substituí-los.
27 de março de 2012
22 de março de 2012
VAMOS ENFEITAR OS PRÉDIOS PÚBLICOS!
No início deste mês, uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, acolheu pedido de retirada de crucifixos e símbolos religiosos dos prédios que compõem a estrutura judiciária do Estado.
O Desembargador Cláudio Baldino Maciel fundamentou a decisão: “resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico.”
Realmente, nada mais sensato em se tratando de um Estado laico, que não sejam privilegiados símbolos desta ou daquela religião nos prédios públicos.
Isto não significa dizer que o Estado nega a Deus ou que a retirada dos crucifixos importa em desrespeito à religião católica. É, sobretudo, uma questão de respeito à diretriz de que o Brasil não é um país católico, como é o caso do Chile, por exemplo.
O Chile é um país católico, tem quatro poderes, a saber: legislativo, executivo, judiciário e eclesiástico.
Portanto, no Chile os símbolos cristãos fazem parte do modelo de Estado adotado. No Brasil isso não acontece.
Mesmo assim, o assunto não é tão simples.
Em 29 de Maio de 2011, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ decidiu a respeito de quatro pedidos de retirada de símbolos cristãos de prédios públicos, entendendo que tais símbolos não ferem o caráter laico do Estado.
Na época, o jurista Católico Ives Gandra da Silva Martins, invocando o preâmbulo da Constituição Federal, no qual consta a expressão “sob a proteção de Deus”, advogou que a retirada dos símbolos seria inconstitucional.
Se é assim, cabe questionar: poderia um órgão público negar o pedido de inserção de símbolo de outra religião não cristã ao lado do crucifixo?
Entendo que não, pois o artigo 5º da Constituição Federal assegura tratamento isonômico (igualitário), inclusive no que tange à religião.
Pois bem, se não se consegue atingir um consenso, então que os símbolos religiosos sejam utilizados democraticamente nos prédios públicos. Ora, ao lado do crucifixo, deverão conviver harmoniosamente a Estrela de Davi, imagens dos Orixás, de Buda, de Krishna, de Maomé e até mesmo uma placa ao lado contendo: “não acredito”, para homenagear os ateus e uma contendo: “não nego a possibilidade”, para lembrar dos agnósticos.
Quem sabe assim todos se sintam contemplados e vivam felizes. Vamos enfeitar os prédios públicos!
O Desembargador Cláudio Baldino Maciel fundamentou a decisão: “resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um Estado laico.”
Realmente, nada mais sensato em se tratando de um Estado laico, que não sejam privilegiados símbolos desta ou daquela religião nos prédios públicos.
Isto não significa dizer que o Estado nega a Deus ou que a retirada dos crucifixos importa em desrespeito à religião católica. É, sobretudo, uma questão de respeito à diretriz de que o Brasil não é um país católico, como é o caso do Chile, por exemplo.
O Chile é um país católico, tem quatro poderes, a saber: legislativo, executivo, judiciário e eclesiástico.
Portanto, no Chile os símbolos cristãos fazem parte do modelo de Estado adotado. No Brasil isso não acontece.
Mesmo assim, o assunto não é tão simples.
Em 29 de Maio de 2011, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ decidiu a respeito de quatro pedidos de retirada de símbolos cristãos de prédios públicos, entendendo que tais símbolos não ferem o caráter laico do Estado.
Na época, o jurista Católico Ives Gandra da Silva Martins, invocando o preâmbulo da Constituição Federal, no qual consta a expressão “sob a proteção de Deus”, advogou que a retirada dos símbolos seria inconstitucional.
Se é assim, cabe questionar: poderia um órgão público negar o pedido de inserção de símbolo de outra religião não cristã ao lado do crucifixo?
Entendo que não, pois o artigo 5º da Constituição Federal assegura tratamento isonômico (igualitário), inclusive no que tange à religião.
Pois bem, se não se consegue atingir um consenso, então que os símbolos religiosos sejam utilizados democraticamente nos prédios públicos. Ora, ao lado do crucifixo, deverão conviver harmoniosamente a Estrela de Davi, imagens dos Orixás, de Buda, de Krishna, de Maomé e até mesmo uma placa ao lado contendo: “não acredito”, para homenagear os ateus e uma contendo: “não nego a possibilidade”, para lembrar dos agnósticos.
Quem sabe assim todos se sintam contemplados e vivam felizes. Vamos enfeitar os prédios públicos!
15 de março de 2012
O GATO PRETO
Na última segunda-feira assisti a um trecho do Programa Custe o que Custar – CQC, em que os apresentadores falavam de mau agouro, azar e assuntos relacionados.
Naquele momento, adentrou uma funcionária da produção trazendo uma caixa fechada com laço de presente. Os apresentadores, fazendo cara de surpresa, abriram então o presente e, com espanto teatral, retiraram dela um gato preto vivo, entregando-o com repulsa para alguém que estava atrás das câmeras.
Disseram que o gato preto representava o mau agouro e que havia sido enviado pela concorrente, Rede Globo de Televisão.
Lamentei e continuo lamentando a utilização desse animal para reforçar uma crendice sem fundamento, de que o gato preto é animal de mau agouro.
Para quem não está inserido no trabalho voluntário de proteção animal, pode parecer que se tratou apenas de uma ingênua brincadeira.
Porém, entendo que ingênuos mesmo foram aqueles que fomentaram a brincadeira, pois não conseguem compreender a dimensão e os reflexos de suas atitudes.
Por carregar o estigma de animal de azar, já acompanhei diversas atrocidades cometidas contra gatos pretos nesses anos de trabalho voluntário.
Certa vez, o animal foi fixado pelas duas patas dianteiras, com uma cola industrial em um tonel de aço e permaneceu naquela posição vertical (de pé), durante um final de semana inteiro, no sol, sem comida ou água.
Já encontrei em duas oportunidades, gatos pretos enforcados e amarrados na porta de residências. Foram usados como instrumento de “trabalho” para dar azar ao inimigo.
Já vi pessoas contando, orgulhosas, que atropelaram propositalmente o “animal do capeta”, assim como já vi gente jogando pedras e atirando pedaços de pau para que o animal símbolo do azar, se afastasse.
Sim, é ignorante e digno de pena aquele que acredita nesse tipo de superstição, porém, mais ignorante ainda é quem propaga, em rede nacional de televisão, uma crendice que tanto sofrimento já causou a seres inocentes que não têm culpa de terem nascidos na cor eleita como sinônimo de azar.
12 de março de 2012
CARROS, ÔNIBUS E BICICLETAS
Uma foto de cidade alemã, demonstra o espaço utilizado por carros, depois por um ônibus e também por bicicletas, para transportar o mesmo número de pessoas.
9 de março de 2012
MÁSCARA DE FERRO (PAULO FICHTNER)
Se não fosse esta máscara de ferro
que nos vela a face e os olhos,
à esquerda dos deuses veríamos
o grande crepúsculo no vale.
Não ouviríamos mais as baionetas
dilacerando a pele do homem
ao dobre dos sinos de Jerusalém.
Ouviríamos as almas que não podem
chorar e, sentindo a agonia das harpas
que não tangem mais, viríamos à noite
para dizer às almas e às harpas
que choramos com elas e escutamos
todas as vozes que não têm mais eco.
Não só deuses escutam o eco das vozes.
Se não fosse esta máscara de ferro,
à esquerda dos grandes deuses veríamos
o vale ao crepúsculo.
que nos vela a face e os olhos,
à esquerda dos deuses veríamos
o grande crepúsculo no vale.
Não ouviríamos mais as baionetas
dilacerando a pele do homem
ao dobre dos sinos de Jerusalém.
Ouviríamos as almas que não podem
chorar e, sentindo a agonia das harpas
que não tangem mais, viríamos à noite
para dizer às almas e às harpas
que choramos com elas e escutamos
todas as vozes que não têm mais eco.
Não só deuses escutam o eco das vozes.
Se não fosse esta máscara de ferro,
à esquerda dos grandes deuses veríamos
o vale ao crepúsculo.
7 de março de 2012
DILEMAS TOSTINES DA VIDA REAL
Aqueles que hoje tem seus trinta e poucos anos, podem lembrar da campanha publicitária dos biscoitos Tostines, que fez muito sucesso na década de 1980.
O mote da campanha era o dilema desafiador: “Tostines vende mais porque é fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais?"
A partir disso, diversas dúvidas do cotidiano passaram a ser ludicamente apelidadas de “Dilemas Tostines”. Eu faço parte dessa geração e, portanto, até hoje brinco com esses problemas que propõem soluções contraditórias.
As reflexões multiplicam-se indefinidamente, seja na vida privada, como por exemplo: aquela mulher trata mal o marido porque ele bebe, ou o marido bebe porque é tratado mal pela mulher? O cidadão trabalha para viver ou vive para trabalhar? O jovem usa drogas porque não tem oportunidades, ou não tem oportunidades porque é usuário de drogas?
O dilema pode surgir também na vida social, como a pergunta de que o jaraguaense lava o telhado de casa no final de semana porque não tem opções de lazer, ou não existem opções de lazer, porque o jaraguaense costuma lavar o telhado da casa no final de semana?
No setor público o dilema também se manifesta, como por exemplo: o transporte público de Jaraguá do Sul não tem qualidade porque grande parte das pessoas prefere usar seus carros, ou as pessoas preferem usar seus carros, porque não há transporte público de qualidade?
Na filosofia, lembro-me do dilema sustentado por Frei Beto no livro Diálogos Criativos, onde ele questiona: “Serão as catedrais, shopping centers da fé, ou os shopping centers, catedrais do consumo?"
E você, caro leitor, qual o seu dilema?
1 de março de 2012
VENENO CONTRA VENENO
Segundo estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, a corrupção gera prejuízos na ordem de US$ 10 bilhões por ano ao Brasil, ou seja, valor superior à soma dos orçamentos globais dos ministérios da cultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, esporte e turismo.
A corrupção é movida, sobretudo, por interesses financeiros e, nesse sentido os norte-americanos foram pragmáticos ao aprovar e colocar em vigor a Lei Dodd-Frank em agosto de 2011.
Essa norma jurídica cria um fundo de US$ 450 milhões, para fomentar a delação premiada de esquemas de corrupção que envolvam políticos e empresas privadas nacionais ou estrangeiras.
Ora, se o dinheiro (vantagem financeira) é que gera a corrupção, nada mais correto e eficaz do que combater a corrupção também com dinheiro, através da delação premiada. É a lógica do veneno contra veneno.
O governo brasileiro pretende, através de uma estratégia muito mais tacanha e inferior, reduzir a corrupção promovida por empresas transnacionais em relação aos políticos, prevendo pesadas multas através de um projeto de lei que ainda aguarda apreciação.
Porém, até o momento não se falou em replicar o modelo norte-americano de criação de fundo público para fomento da delação premiada nos casos de corrupção.
Mas se a corrupção é endêmica, repulsiva e causa tanto prejuízo ao Brasil (US$ 10 bilhões ao ano), por que não fomentar a delação premiada em nosso País?
Absorvemos dos norte-americanos, tantos hábitos alimentares e culturais pouco recomendáveis. Por que não replicar a ideia da Lei Dodd-Frank?
Nesta hipótese, Municípios, Estados, DF e União Federal poderiam criar seus próprios fundos para incentivar cidadãos detentores de informações conclusivas e provas a entregar tais subsídios ao Ministério Público, a fim de que as medidas repressivas à corrupção pudessem ser tomadas.
Utopia? Sim, ainda estamos num estágio primitivo de padrão de cidadania, moral e costumes, em que a corrupção dos poderes públicos soa quase como algo normal, algo que faz parte ou até um mérito para aquele político que “rouba mas faz”.
Todavia, não podemos deixar de acreditar que chegará o tempo em que as pessoas se importarão mais com o próximo, com a coletividade e com o bem público, nem que tal cultura seja impulsionada inicialmente por instrumentos de “incentivo”, como a delação premiada.
29 de fevereiro de 2012
22 de fevereiro de 2012
O MOTIVO DO CARNAVAL
As festividades de Carnaval, embora tivessem outra denominação, tiveram origem em cultos gregos aos deuses da fertilidade, realizados a partir de alguma data próxima do século VI A.C.
Há autores que sustentam a origem do Carnaval a patir do Entrudo português, festa na qual pessoas jogavam farinha, ovos e água, umas nas outras pelas ruas da cidade. Porém, ao que tudo indica o Entrudo teve origem em festividades gregas, daí porque a origem comum.
Somente em 590 D.C. a Igreja Católica absorveu a festa em seu calendário e passou a utilizar a denominação “Carnaval”, tendo em vista a suspensão do consumo de carne (carne valle) durante o período que se seguia, qual seja, a Quaresma.
Porém, a verdade é que esse tipo de festividade de transgressão faz parte do gênero humano. Ao que tudo indica, para que a vida social prossiga de forma salutar é necessário um curto período de transgressão controlada (ou nem tanto) dos costumes.Seria um retorno ao estado de liberdade próprio da era da barbárie.
Voltando à Igreja Católica, vale relembrar que esta manteve durante muito tempo nas festividades de ano novo a Festa dos Loucos (Festum Fatuorum), na qual membros do clero bebiam dentro da igreja, zombavam de orações, parodiavam evangelhos e faziam diversas transgressões dos costumes, o que seria inaceitável em qualquer outra época do ano.
Segundo o filósofo Alain de Botton, no ano de 1445 a Faculdade de Teologia de Paris explicou aos bispos franceses que a Festa dos Loucos era um evento necessário no calendário cristão, “para que a insensatez que é nossa segunda natureza, e inerente ao homem, possa se dissipar livremente pelo menos uma vez ao ano. Barris de vinho estouram de tempos em tempos se não os abrimos para entrar um pouco de ar. Todos nós, somos barris reunidos inadequadamente, e é por isso que permitimos a tolice em certos dias: para que, no fim, possamos regressar com maior fervor ao serviço de Deus.”
Os romanos antigos tinham os festivais da Saturnália, nos quais praticavam jogos proibidos nas ruas públicas, faziam toda a sorte de brincadeiras e invertiam papeis sociais, sendo que os escravos vestiam-se com roupas de seus senhores e podiam participar juntamente nas refeições. Há quem diga que a inversão chegava ao ponto de os senhores comportarem-se como escravos de seus escravos, tudo pela sátira, pelo humor, pela transgressão.
Da mesma forma, os norte-americanos comemoram a transgressão de costumes com o seu Mardi Gras e outros povos com festas congêneres ainda em voga.
Talvez a forma mais saudável de viver inclua realmente períodos curtos de inobservância das regras sociais, da pequena ética (etiqueta) e também do “politicamente correto”. Talvez, o ser humano seja mais complexo do que se imagina e precise, uma vez ou outra, sentir-se livre das pesadas correntes e cabrestos impostos pela vida em sociedade e, assim, considerar-se feliz.
16 de fevereiro de 2012
ÍNDIOS
Não se fala muito no assunto, mas na semana passada circulou um vídeo que compila imagens de uma tribo não contatada em um trecho entre o Brasil e o Peru. Essa pequena filmagem tomou espaço da mídia nacional e internacional.
Estima-se que existam aproximadamente 100 tribos ou povoados não contatados no planeta, sendo 14 no Brasil, espalhados por 5 estados brasileiros (Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas). É fascinante saber que mais de 500 anos após o formal “descobrimento” do Brasil, existem pessoas que desconhecem o nosso modo de vida, que ainda mantêm uma cultura própria e que não sabem o rumo perigoso que o planeta está tomando por nossa culpa.
No Brasil e arredores, a grande ameaça contra essas pessoas, obviamente, fica por conta da ganância do povo branco, que vem derrubando matas em busca do ouro vermelho (mogno) e outras madeiras nobres para a fabricação de móveis coloniais.
Seria importante que o governo brasileiro estabelecesse formas de proteção a esses povos da mata, dando-lhes inclusive, direito de escolha. Sim, a escolha de manter o seu modo de vida, de proteger a sua cultura e de continuar vivendo do modo como fazem há milhares de anos.
Claro, temos experiência de sobra para saber que integrar o povo índio à cultura do branco, não melhorou a sua qualidade de vida. Pelo contrário, a perda das referências, da cultura e do modo de vida originais, converteu povos da mata em pessoas pobres, estigmatizadas e marginalizadas dentro do contexto da denominada, “cultura da civilização”.
O que não pode prosseguir é o genocídio praticado por garimpeiros, madeireiros, grileiros e outros criminosos que caminham com as botas pesadas do “progresso”, sobre a terra virgem da Amazônia tomando tudo o que conseguem, destruindo recursos, poluindo as águas com mercúrio e destruindo a fauna indefesa.
Renato Russo na música homônima desta crônica, deixou claro o sentimento de impotência daqueles filhos da terra que, da mesma forma que as árvores e animais, são trucidados por estarem no caminho do “desenvolvimento”:
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado, por ser inocente.
Com pouco esforço talvez seja possível enxergar os fatos de um outro prisma. Os índios não são e não podem ser uma pedra no caminho do branco. Nós brancos é que somos a pedra no caminho deles, e que pedra!
12 de fevereiro de 2012
8 de fevereiro de 2012
AS DUAS FACES DA DEPENDÊNCIA
- Amanhã é Domingo, por que você está programando o despertador?
- É que tenho medo de dormir antes da hora.
- De que hora?
- Da hora de tomar o meu remédio para dormir?
O diálogo parece surreal, mas demonstra até que ponto vai a dependência química e psicológica. Esse é o aspecto negativo da dependência.
Mas a dependência também tem o seu aspecto positivo. E disso ninguém trata.
Ora, a dependência é parte da vida humana, ou será que alguém pode negar que é necessária e saudável a dependência do bebê para com a sua mãe?
O ser humano não é onipotente e absolutamente independente. Muito pelo contrário, por ser gregário por natureza, precisa dos seus semelhantes para sobreviver no planeta.
No relacionamento interpessoal, essa dependência está presente todos os dias, seja na equipe de trabalho, em que as metas são atingidas pelo conjunto e não pelos indivíduos, ou ainda no esporte, em que o gol é o ápice de uma jogada preparada pelo conjunto.
O exercício da humildade é necessário. Ninguém faz sucesso profissional absolutamente sozinho, assim como não há atacante bem sucedido se não houver alguém que lhe passe a bola no momento certo.
O que não pode ocorrer é a dependência que escraviza, tal como aquela expressada no diálogo que inicia esta crônica.
Aliás, uma fala muito comum do escravo dependente é a seguinte:
- Se eu quisesse parava.
- Mas você sabe que faz mal, então por que não pára?
- Não paro, porque não quero. Mas se eu quisesse...
A verdade é que o escravo nem conhece mais a sua vontade, confunde vício com desejo e acredita que conseguiria, se quisesse, quando na verdade nem sabe o que realmente quer.
O que me pergunto é quais dependências minhas são positivas e negativas? Será que sou escravo e não percebo?
6 de fevereiro de 2012
3 de fevereiro de 2012
MP AJUIZA AÇÃO CONTRA O NEPOTISMO EM JARAGUÁ DO SUL
Na última quarta-feira (01.02.2012), o Ministério Público de Santa Catarina, protocolizou Ação Civil Pública perante o fórum da Comarca de Jaraguá do Sul, visando o afastamento do Secretário Ivo Konell (marido da prefeita) e da Chefe de Gabinete Federa L. Konell (filha da prefeita).
Em seu despacho inicial prolatado na data de ontem (02.02.2012), a Juíza da Vara da Fazenda Pública, determinou a notificação prévia do procurador do município para manifestação em 72 horas e dos Réus (Cecília Konell, Ivo Konell e Fedra L. Konell), no prazo de 15 dias.
Após as manifestações, a juíza apreciará o pedido de tutela antecipada (liminar) requerida pelo Promotor de Justiça.
Depois da análise do pedido de antecipação de tutela, o processo segue seu curso para averiguação do cometimento de ilicitude por parte da Sra. Prefeita e a possível aplicação de penalidades, se for o caso.
Para acompanhar o trâmite processual, segue o link: http://esaj.tjsc.jus.br/cpo/pg/show.do?localPesquisa.cdLocal=36&processo.codigo=1000032JO0000&processo.foro=36
2 de fevereiro de 2012
UNIVERSALISMO
Como todos sabem, a partir da primeira metade do Século XX a humanidade passou a acelerar com velocidade nunca antes experimentada, o desenvolvimento de tecnologias, de culturas e da sua própria forma de viver.
Agora, atinge-se um estágio em que não é mais possível negar o universalismo como chave da coexistência pacífica e harmoniosa entre os seres humanos e suas diferentes culturas e possibilidades.
Tal como um dominó enfileirado, os regimes totalitários vem caindo, um depois do outro ao redor do planeta. É a humanidade se levantando e dizendo não à intolerância, à repressão, à violência, à injustiça e à mentalidade tosca.
Essa nova realidade exige que no âmbito da educação e da moralidade, sejam buscados modelos que partam de valores comuns aos seres humanos, como os postulados da doutrina do Direito Natural, por exemplo.
Na questão da religiosidade, outro ponto que ainda desagrega seres iguais por natureza, resta o dever de respeito à diversidade dos credos, o reconhecimento de que não existem caminhos únicos, credos superiores ou inferiores. Essa compreensão deve ser lógica e óbvia, assim como a constatação de que não existe diferença no amor materno africano, europeu, asiático ou americano.
Norberto Bobbio foi inspirado(r) quando fugiu do argumento filosófico para provar a unidade da espécie humana através de uma reflexão simples e prática. Segundo o intelectual italiano:
“Basta olhar o rosto de uma criança em qualquer parte do mundo. Quando vemos uma criança, que é o ser humano mais próximo da natureza, ainda não modelado e corrompido pelos costumes do povo em que está destinado a viver, não percebemos nenhuma diferença, senão nos traços somáticos, entre um pequeno chinês, africano ou índio e um pequeno italiano.”
Mas não é suficiente esperar, cabe a cada um reconhecer os paradigmas já ultrapassados e passar a agir comprometido com a dissolução de preconceitos, distinções ultrajantes, ódios religiosos, raciais ou decorrentes de diversidade sexual.
Assim como no Oriente Médio (agora é a Síria que está renascendo), a mudança deve vir de baixo para cima. Todos estão conectados por pensamentos, sentimentos e também pela internet. Hoje é possível, individualmente, fazer a diferença no cotidiano para que mais rapidamente a evolução necessária seja consolidada.
1 de fevereiro de 2012
MC DONALD´S UTILIZA HIDRÓXIDO DE AMÔNIA EM SEUS PRODUTOS
“Estamos comendo um produto que deveria ser vendido como a carne mais barata para cachorros e, após esse processo, dão o produto para humanos”, disse Oliver. “Por que qualquer ser humano sensato colocaria carne com amônio na boca de suas crianças?” , questiona.
SIGNIFICADO DE HIDRÓXIDO DE AMÔNIO
O hidróxido de amônio, de fórmula química NH4OH é uma base solúvel e fraca, só existe em solução aquosa quando faz-se o borbulhamento de amônia (NH3) em água.
Resumo de riscos: Nocivo quando ingerido, inalado e absorvido pela pele. Extremamente irritante para mucosas, sistema respiratório superior, olhos e pele.
Efeitos agudos: A inalação pode causar dificuldades na vítima como consequência: espasmos, inflamação e edema de garganta, pneumonia química e edema pulmonar.
Efeitos crônicos: A exposição repetida ao produto pode causar tosse, respiração ruidosa e ofegante, laringite, dor de cabeça, náusea, vômito e dor abdominal.
Órgãos afetados: Estômago e pulmões.
Fonte: www.restaurantesemsp.com.br
COMENTÁRIO: Aquilo que muitas pessoas não teriam coragem de fazer em seus próprios nomes, acabam fazendo "escondidas" em nome de grandes corporações.
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