29 de março de 2012

MILTON VIOLA FERNANDES

O nome que dá título a esta crônica pouca gente conhece, mas o “nome artístico” Millôr Fernandes, quase todo brasileiro conhece ou, ao menos, já ouviu falar.

Pois é, Millôr, que era jornalista, escritor, ilustrador, dramaturgo, fabulista, calígrafo, tradutor e inventor do frescobol, deixou estas paragens na última terça-feira.

Deve ter ido irradiar o seu talento e alegria em outros planos. Além das magníficas charges, muitas frases criativas e provocativas marcaram a cultura brasileira.

Brincando com as palavras como quem monta quebra-cabeças, dizia Millôr, por exemplo, que “feliz é o que você percebe que era, muito tempo depois.”

Com típico olhar de quem sempre está (re)descobrindo o mundo, Millôr percebeu que a “anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor.” Ou ainda, que: “o homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.”

A sabedoria e a sensibilidade eram abundantes, mas peço vênia especialmente nesta crônica para apontar-lhe um erro, sim, um equívoco grosseiro cometido contra si mesmo.

Millôr errou feio ao dizer que “todo homem nasce original e morre plágio”. Isso pode até acontecer com a maioria, mas há alguns espécimes raros, como o próprio Millôr, que morrem tão originais quanto nasceram. Não há como imitá-los ou substituí-los.  

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