22 de abril de 2012

SOLIDÃO COLETIVA


É comum ouvir-se que as pessoas, mesmo imersas em oceanos de pessoas no seu cotidiano, sentem-se progressivamente solitárias nos dias atuais.

Disso se pode concluir que o remédio para a solidão, não é o mero convívio com outros da mesma espécie, mas sim a forma de relacionamento interpessoal.

Quando se nota que ninguém está se importando com os seus sentimentos ou seu bem-estar, pode-se estar acompanhado de milhares de pessoas que a solidão persistirá, o que tem sido agravado com o passar do tempo pela ruína do modelo de afetividade familiar e pelo desenvolvimento da moral individualista própria do sistema capitalista neoliberal.

Para quem não a sente, a solidão é apenas mais uma palavra, porém, o mesmo não ocorre para aqueles que a tem como companhia diuturna e indesejada.

Não é à toa que a solidão é tema frequente para a sensibilidade do poeta. Alceu Valença foi um dos que cantou as mazelas da solidão, em uma canção homônima, que contém o seguinte trecho:

A solidão é fera, a solidão devora,

É amiga das horas, prima-irmã do tempo,

E faz nossos relógios caminharem lentos,

Causando um descompasso no meu coração.

Particularmente, costumo pensar que gosto da minha própria companhia. É bem verdade que já estive brigado com ela, mas hoje me considero um bom amigo meu, assim como o Frejat quando canta a música “Tão Longe de Tudo”, que foi belamente desenhada com os seguintes versos:

Solidão amiga do peito

Me dê tudo que eu tenha por direito

Me diga, me ensina

Ao dormir não sinto medo

Há um sol, existe vida

Me trate com jeito

Eu tenho saída

Estar só pode também ser bom, assim como silêncio de que falei na crônica da semana passada, basta que se consiga atingir uma sincera paz com o seu eu interior e com o mundo externo.

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