31 de julho de 2008

25 DE JULHO... (JOSÉ LUIS FINGER)

Recebi a crônica abaixo do acadêmico de Direito José Luis Finger, quem me orgulho de ter sido professor.


Um dia de cores lindíssimas... o céu, azul anil, as matas, com suas folhas brilhando, limpas pela última chuva de quarta-feira...a temperatura, 18 graus, nem frio, nem calor e ainda é apenas sexta-feira, tudo perfeito.......

Então, cumpramos as exigências. As 9:30 hs da manhã devemos estar em frente à casas d’água e devemos nos apressar para não nos atrasarmos. Chegando lá, de longe percebo um aceno, é uma de minhas colegas do coral indicando e chamando para nos aproximarmos de uma meia-dúzia de universitários que aguardam o desfile ansiosamente.

Como sempre o Nairo já está a postos e distribui as camisetas do evento enquanto a Dna Marisa, anota as presenças e confere se tudo está em ordem.

Várias etnias integradas, representantes de todas as classes, o aglomerado aumenta e agora já é impossível fazer idéia de quantas pessoas irão desfilar, pois o número de pessoas é grande; mas uma coisa me intriga, me incomoda, chama a minha atenção. Duas coisas faltam no evento, onde está nossa “maestrina”? Cadê a Rose?...Comento com minha esposa que ela com certeza está com outro bloco, organizando e representando outro coral ou outra entidade; normal, em breve ela deve chegar, sempre vive nesta correria, neste dia não seria diferente....alguns comentam em tom de brincadeira,,, “a Rose vai perder a bolsa, vou cobrar dela por não ter aparecido”, é impressionante como todos sentem a falta dela, é como uma equipe vitoriosa comandada por um excelente treinador e na sua falta, todos não sabem o que fazer, a equipe não fica completa, mesmo apenas para fazer a coisa mais simples que é caminhar em fila, falta nossa representante.

Mas tudo bem, como diz uma das colegas, hoje temos a Carol que está com a “corda toda”.... se tem o som de uma buzina ela dança, se surge um batuque de samba, lá está ela dando o ar de sua graça e jovialidade sambando, se alguém está quieto, ela agita, se percebe que está agitado ela o faz sorrir, digna de uma pessoa bem humorada, cheia de paz de espírito e de bem com a vida como acredito, sejam características de grande parte dos componentes do nosso coral.

Então, perfilamos e o desfile começa, mas ainda estranho a falta do segundo item, cadê a banda? Então penso, “deve estar lá na frente, junto ao palanque das autoridades e assim não conseguimos ouvir”,... então andamos por uma, duas e três quadras e nada, não existe aquele som marcante de um desfile que é regido por uma banda municipal, militar ou coisa assim.

Algumas pessoas se exaltam como uma senhora que aos gritos faz reverência ao bloco da unerj, dizendo que é mãe e seu maior orgulho são seus 4 filhos que são acadêmicos em nossa universidade e aponta para um pequenino sentado ao meio-fio, dizendo, “também será a universidade de meu neto”.

Mas a Rose não apareceu, assim como a banda, sem som, sem graça,.... Quando faltavam apenas 2 quadras, repentinamente, o bloco todo da universidade se agita, um pequeno pedaço de pano azul que carregamos em nossas mãos é agitado para o alto, e, por instinto, sigo os demais, mesmo sem entender por que. Logo obtenho a resposta, era ela, vindo em passos apressados em nossa direção, sorriso estampado em seu rosto, agora, uns falam, outros passam a sorrir e todos se agitam, a ROSE chegou, cansada, mas presente. Ali estava ela, mesmo faltando umas poucas quadras não nos abandonou, e como uma mãe que vem dar a mão a seus filhos se integra ao bloco para a alegria de todos.

... Mas e a banda? Infelizmente não apareceu, encerra-se o desfile e fico com a sensação de que nossos líderes políticos não deveriam apenas ficar em cima de um palco improvisado coberto por uma fina e velha lona preta aplaudindo seus munícipes e queridos eleitores, querendo aparecer simpáticos para que eleitores indecisos os elejam em nova eleição, devem perceber que num evento desta grandiosidade, que completa 132 anos é digno de obter investimentos, devem ser disponibilizadas verbas para que, daqui para frente, cada pessoa, cada criança, cada senhor ou senhora, idosa ou idoso se encha de orgulho dizendo que foi no desfile do município, regido pela banda, porque, festa sem barulho não é festa.

3 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Colega de profissão...Compartilho da felicidade de ler um artigo como esse e perceber que não são apenas estudantes de direito que estão cursando as universidades, mas também, pensadores com sensibilidade ímpar...Parabéns ao nosso acadêmico!!!
OBS: por indicação do próprio aluno tive conhecimento do blog, parabéns Darwinn!
Um abraço, Janaína

Anônimo disse...

Parabéns José Luis. Lembrou-me A Banda, de Chico Buarque. A diferença é que lá ela passou e trouxe a alegria, os sorrisos e as esperanças que toda banda traz.

Anônimo disse...

Este José Luis é o mesmo professor , engenheiro ,da Ritter?Se for, parabéns, pois na correria atual ,fazer uma segunda faculdade e ainda atualizar-se e coordenar assuntos relativos à Universidade e ainda ser pai , marido é de tirar o chapéu,pois acredito que a s atividades ligadas ao ensino ,correção de provas, tempo em sala, etc consumam muito do dia . Abraço, Lucas.