Desde que foi preso, Bradley Manning (23 anos), acusado de ter vazado informações sigilosas do governo norte-americano ao Wikileaks, é mantido em isolamento intensivo. Em 23 das 24 horas do dia seguidos ele fica completamente sozinho em sua cela.
Mesmo na cela, as suas atividades são muito restritas: é proibido de se exercitar e está sob vigilância constante.
Por razões que parecem simplesmente punitivas, direitos básicos em prisões civilizadas são-lhe negados, como travesseiro ou lençóis. Na única hora diária em que é retirado deste isolamento, é proibido de ver notícias ou programas ao vivo.
Em suma, Manning vem sendo submetido por cerca de 10 (dez) meses, sem interrupção, a condições desumanas de eliminação da personalidade, de destruição da alma, de indução à insanidade, em condições de isolamento similares às que foram aperfeiçoadas na penitenciária Supermax em Florence, Colorado – e tudo isso sem nem sequer ter sido condenado.
Em 2006 foi criada a Comissão Nacional de Penitenciárias dos Estados Unidos, bipartidária, que conclamou à eliminação do isolamento prolongado. O seu relatório documentou que as condições em que "os presos são trancados nas suas celas 23 horas por dia, todos os dias (...) é tão grave que as pessoas acabam completamente isoladas, vivendo no que só pode ser descrito como condições torturantes".
Como a maioria dos indivíduos detidos em isolamento severo, Manning dorme boa parte do dia, está particularmente frustrado com a mesquinha, vingativa recusa de travesseiro e de lençóis e sofre com o cada vez menor tempo ao ar livre.
Está aí mais um exemplo do que o governo norte-americando, que se autoproclama defensor da liberdade de expressão e dos direitos humanos, faz contra quem age contra o sistema. Simplesmente não existem prerrogativas e direitos contra quem confronta os interesses norte-americanos.
(Com informações do site: http://www.esquerda.net/)
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