No Congresso, desde 2001, Câmara e Senado mantêm sob sigilo o gasto com as chamadas verbas indenizatórias, uma complementação salarial para cobrir despesas extras que os parlamentares têm no exercício do mandato.
Somente agora, em 2009, a Mesa Diretora da Câmara decidiu tornar públicos esses gastos. Anistiará, porém, um passado de 1,5 milhão de notas fiscais, apresentadas pelos deputados nos últimos anos para justificar essas despesas, que continuarão protegidas pelo segredo.
No Senado, até agora, nada foi aprovado no sentido de revelar o uso da mesma verba.Deputados e senadores não são os únicos a lidar com recursos públicos sem se preocupar com transparência das despesas.
No caso dos cartões corporativos do governo federal, as despesas protegidas pelo sigilo já alcançam uma proporção alta. Em 2008, de um total de gastos equivalente a R$ 55,2 milhões, R$ 18,7 milhões ficaram ocultos. Isso representa 33,85% das despesas gerais com os cartões corporativos no ano passado.
O Portal da Transparência fez este ano apenas um lançamento mensal, referente a pagamentos efetuados em dezembro de 2008. De R$ 7,9 milhões gastos com os cartões, R$ 3,9 milhões representaram despesas sigilosas - um porcentual de 49,14%. Também não é possível saber como foram gastos recursos oriundos de saques em dinheiro feitos com os cartões.
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