1 de setembro de 2008

VATICANO DEFENDE INTERPRETAÇÃO LITERAL DO GÊNESIS

Um padre argentino, que é um renomado professor universitário no país, não poderá continuar dando aulas, nem divulgar entrevistas ou informações nos veículos de comunicação locais por ordem do Vaticano.

Segundo a instituição católica, a decisão se deve ao fato de o religioso negar a existência de Adão e Eva. O sacerdote é Ariel Alvarez Valdés, um conhecido doutor em Teologia Bíblica que trabalha como professor na Universidade Católica de Santiago del Estero (província no norte da Argentina) e do Seminário Diocesano de Catequese.

A sanção foi adotada pelo Vaticano e assinada pelo cardeal Tarciso Bertone, ex-secretário da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, segundo a agência oficial Télam. O padre, autor de vários livros e responsável pelas missas da paróquia de Nossa Senhora do Pilar em Santiago del Estero, também não poderá dar declarações à imprensa ou fazer comentários a estações de rádio e televisão.

Isso porque, em várias situações Valdés teria negado publicamente: a anunciação do anjo Gabriel à Virgem Maria, as aparições físicas de Nossa Senhora e a existência de Adão e Eva. Segundo o Vaticano, a postura é contrária a doutrina da Igreja Católica.

(Fonte: Folha Online)

Comentário:

É por essas e outras que a Igreja Católica Apostólica Romana perde, dia-a-dia, os seus adeptos. Em pleno Século XXI é difícil continuar a pregar uma interpretação literal do Gênesis, que sabidamente constitui uma alegoria em molde poético.

Ao Padre Ariel, meus sinceros cumprimentos pela grandeza de manter-se firme no propósito de transmitir o que genuinamente entende como sendo um credo mais palatável ao estágio cultural da humanidade nos dias de hoje.

Os Séculos vão passando, mas o modo de tratar quem se atreve a desafiar os "dogmas romanos", continua o mesmo desde que Galileu enfrentou a "Santa" Inquisição. Que o diga Leonardo Boff.

Um comentário:

Anônimo disse...

Penso que a igreja, qualquer delas, é como um clube. As pessoas que participam do grupo o fazem porque o querem e, sendo assim, aceitam ou vivenciam seus dogmas. Se determinada religião tem como dogma alegorias, fantasias ou situações inverossímeis, e seus integrantes vêem aquilo como verdade absoluta, respeite-se.

Entretanto, é fato que a igreja católica apostólica romana poderia, além de "criar novos pecados" ou estabelecer novas expressões em latim para as inovações tecnológicas, reconhecer que o seu rebanho não tem mais o pensamento ou a ingenuidade de 1000 ou 2000 anos atrás. Insistir em fábulas como se fossem a mais pura realidade compara-se aos "coronéis" do interior do nosso país que não construíam escolas para que seus eleitores não aprendessem a pensar.

Quem pensa, reflete. Quem reflete, cria opinião própria. Quem cria opinião própria, discute, debate, duvida.

E isso leva, Darwinn, à debandada geral que esta igreja está sofrendo. Sem esquecer, ainda, o que o Sumo Sacerdote disse sobre preferir um rebanho pequeno e convicto a um grande sem tanta convicção.

(www.blogdoraphael.blig.com.br)