19 de setembro de 2008

DEFICIÊNCIA OU EFICIÊNCIA (JOSÉ LUIS FINGER)

Segue abaixo artigo enviado pelo acadêmico de Direito José Luis Finger.

Com o encerramento dos jogos para-olímpicos, vejamos,... Quem é deficiente?O ser humano que não tem um ou mais membros? O que possui a falta de capacidade auditiva ou visual? O que sofreu uma paralisia parcial? Aquele que calça suas próteses de fibra para sagrar-se campeão numa pista de atletismo, arrancando sorrisos, lágrimas e aplausos? Homens e mulheres que realizam provas inimagináveis para nós, considerados pessoas fisicamente normais.

Quem é deficiente? Não seriam talvez, aqueles que, abraçados muito cedo pela sorte, ainda na infância, acabam contratados por poderosos clubes, treinados, lapidados, pelos melhores profissionais da área, com todo apoio e infra-estrutura necessária para gerarem os esperados frutos financeiros e muitas vezes, quando chegada a hora H, mesmo com total aptidão, após anos e anos de treinamento, acabam por não render o suficiente, apresentando uma deficiência naquele momento profissional?

Quando criaram as olimpíadas para os que chamamos de deficientes, não tinham consciência do tamanho da lição que eles seriam capazes de ensinar-nos. Estes seres, agora olímpicos, que foram destinados à sobreviverem e conviverem com uma diversidade de dificuldades, se apresentam para então desafiarem algo muito conhecidos por eles; os limites do próprio corpo. Com as marcas que alcançam, desafiam nosso comodismo, preguiça e falta de determinação, fazendo-nos parecermos apenas pessoas poli queixosas, insatisfeitas com determinadas situações.

Faz-se necessário percebermos quem realmente são os “deficientes” que nós elencamos. Nestas pára-olimpíadas, homens e mulheres fizeram muita gente sentirem os sintomas da deficiência; visual, por encherem nossos olhos de lágrimas; mudez, por fazerem palavras engasgarem após mais uma medalha. A estes atletas parabéns por suas marcas e conquistas. A estes eficientes atletas, nosso respeito e gratidão.

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