5 de maio de 2009

NAZISMO - MOVIMENTO POLÍTICO OU ALGO MAIS?

Minutos antes de iniciar uma aula, lembro-me do recente duplo homicídio de um jovem casal de Curitiba (PR), após homenagem ao aniversário de Adolf Hitler. O jovem morto era conhecido como intelectual que defendia a bandeira neo-nazista e foi eliminado com sua namorada, por membros de uma facção extremista que discordava da sua forma de atuação.

Vejo que o Nazismo pode ter sido mais do que um movimento político. Há fortes elementos religiosos no sentido de "religar" a sociedade em torno de um objetivo comum relacionado com o sagrado.

A figura do inimigo (demônio) estava implícita no povo judeu (sionistas). A expressão "Terceiro Reich", segundo lembra o escritor John Gray, remete a profecia de Joaquim de Flora sobre uma Terceira Era, trazida à modernidade pelos Cristãos Anabatistas e popularizada na Alemanha por Moeller Van Den Bruck, em seu livro "Das Dritte Reich" (O Terceiro Reich, 1923).

Assim, se o Sacro Império Romano foi o primeiro Reich e o Império Alemão unificado sob o domínio dos Hohenzollern (1871-1918), o segundo, o terceiro seria o Estado Nazista.

A profecia de Hitler deriva, portanto, da especulação Joaquinista, mediada na Alemanha pela ala anabatista do Reformismo.

Como se vê, o NAcionalsoZialISMO (Nazismo) teve e continua tendo cunho político sob o ponto de vista eXotérico (externo), mas sua origem traz implícita (ou eSotérica) uma poderosa carga religiosa capaz de aglutinar multidões, ainda mais em época de crise e xenofobia (esta causada, sobretudo, pelo desemprego).

O problema reside no método e nas pregações extremistas, racistas e fundamentalistas de que se serve tal ideologia político-religiosa para atingir os objetivos que propõe.

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