10 de maio de 2009

O PÓS-MODERNISMO E A ELIMINAÇÃO DA INDIVIDUALIDADE

Esta semana em Jaraguá do Sul, a transnacional Mattel em parceria com a Fundação Cultural do município promoveu a exposição da Casa da Barbie, em homenagem aos 50 anos da boneca.

Ingênuo, critiquei o evento no blog www.poracaso.com, dizendo que isso não é cultura, mas ferramenta de indução ao consumo. Como resposta, li que a boneca já faz parte da cultura mundial, resultado de um processo de marketing denominado imersão, utilizado pelas grandes corporações industriais.

Certo, de fato a Barbie então integra a nossa cultura, assim como os tênis da Nike, a Coca-Cola, as lanchonetes MC Donald´s, os relógios Rolex, e os demais produtos que utilizamos em nossas vidas.

Estamos sendo uniformizados, padronizados na aparência, nos valores, nas atitudes, nos pensamentos e até mesmo no tempo livre, saturado de, digamos assim, “produtos culturais”.

É com isso que o industrialismo na pós-modernidade se preocupa: a hipermassificação, ou seja, a construção de mercados consumidores globais, criados pelo marketing que incentiva o consumidor a se tornar um servo voluntário.

Não é à toa que os slogans das grandes marcas são imperativos, tais como: “Beba Coca-Cola”, “Just Do It”, “Viva o Agora”, etc. O marketing é capaz sim de controlar as ações dos indivíduos, padronizar comportamentos e criar hordas gigantescas de ávidos consumidores que precisam cumprir com as normas ditadas pelas grandes marcas, que sabem criar necessidades e o tal desejo de consumir.

Matrix não é pura ficção. Se já não é mais possível se livrar dessa teia de intrincadas relações de consumo que nos cerca inconscientemente do café da manhã ao último minuto do dia, que ao menos despertemos e estejamos conscientes da realidade.

Agora chega, vou desligar o meu Toshiba, vestir o meu Nike, sair para dar uma caminhada e aliviar o pensamento; só não sei se os produtos são meus ou se eu sou dos produtos.

2 comentários:

Raphael Rocha Lopes disse...

Darwinn... esse é o maior dilema da vida moderna(tudo bem, tudo bem, talvez um dos maiores). Não sabemos se somos quem somos ou se somos quem querem que sejamos.
Do primeiro minuto ao último do dia, como vc falou, somos assolados de publicidade. A mídia nos molda e é difícil, senão impossível, desatrelarmo-nos dela.
Sugiro o vídeo nesse link pra que a gente tenha uma pequena noção do tamanho do estragos nas mentes infantis:

http://bacafa.blogspot.com/2009/04/crianca-alma-do-negocio.html

A esperança: há um projeto de lei visando a proibição publicidade para o público infantil durante o dia. Ou seja, publicidade de produtos infantis é para quem compra, isto é, os pais. Algo sobre isso no link abaixo:

http://bacafa.blogspot.com/2009/04/consuma-consuma-consuma.html

Abraço, Darwinn.

Anônimo disse...

Realmente, Darwinn, somos o que aparentamos, o que compramos, onde frequentamos, e está cada vez mais difícil sermos nós mesmos. O pior é que todos nós nos inserimos neste novo contexto e influenciamos nossos filhos neste caminho sem volta, etc.. etc... tempos modernos, porém não melhores.
Abraços, Cris.