Mário Sérgio Cortella está certo quando diz que "não nascemos prontos".
Acredito que o ser humano não seja mau por natureza como pregavam Hobbes e Kant. Ora, se o egoísmo é mola propulsora de muitas de suas condutas é porque há, sobretudo, um instinto de autopreservação e não um sentimento negativo que possa ser qualificado como maldade (embora esta possa ser adquirida).
De outra senda, também não vejo que o homem seja bom por natureza como pregava Locke.
Basta que se analise uma criança de 3 ou 4 anos, por exemplo, desprovida de filtros sociais, sem cultura religiosa arraigada; ela é egocêntrica, ou seja, acredita que tudo lhe pertence e deseja ser o centro das atenções, mas nem por isso é boa ou má.
Vejo que o altruísmo exsurge da sensibilização do espírito humano pela cultura, seja ela religiosa ou mesmo representada por valores seculares, como a moral vigente em uma determinada sociedade.
Portanto, antes de nos enxergarmos com bons ou maus, temos que nos compreender como seres dotados de instintos (caracteres inatos) e cultura (caracteres adquiridos).
A importância dessa percepção revela-se no reconhecimento de se promover valores tidos como socialmente positivos através de uma educação adequada e pautada para a consecução das melhores finalidades.
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