14 de abril de 2011

MOVIMENTOS SOCIAIS LEGÍTIMOS (POR MARCO ANTONIO PIVA)

O que são movimentos sociais legítimos? São movimentos sociais suprapartidários, o que, em nossa cidade, não existe.

Poderia acabar aqui meu texto, pois já constatei um fato verídico, mas atrás dessa afirmação, temos outras constatações.

A primeira delas, é que a população, a cada dia, torna-se mais dependente de seus “ídolos” de barro, demagogos e oportunistas. A população aumenta na mesma proporção de sua ignorância política, de sua incompreensão da força reivindicatória que tem, sem depender desses “intermediários” que ganham explorando o seu ponto fraco. Hoje em dia, com a democratização do país, dinâmica e até galopante, o que devemos agradecer diariamente, embora haja maiores oportunidades de participação popular, há, cada vez menos, interesse e conhecimento político, por falta de educação e cultura familiar, escolar e midiática.

O povo tem que aprender que a política só se fará realmente útil e satisfatória quando ela mesma, ou seja, cada cidadão, incluindo ai os estudantes universitários, participar ativamente dos partidos políticos, sejam lá eles quais forem, desde que o façam somente com interesse comunitário e não pessoal, elegendo para candidatos a vereadores e prefeitos, aqueles que realmente os representam, não os que se propõem a comprá-los.

Devem eleger os candidatos que tenham, em primeiro lugar, Ficha Limpa, o que é fácil de ser comprovado em cartórios. Que tenham o compromisso de exercer o mandato uma única vez, pois que, 4 anos são mais do que suficientes para apresentar as propostas interessantes a um município. Se for muito competente, talvez possa ser candidato a prefeito. Dois mandatos seria o máximo da tolerância de um poço consciente para com um candidato.

As associações de moradores, por sua vez, devem eleger pessoas capazes de se comunicar, de se expressarem, que não precisam der doutores, necessariamente, mas precisam ter um mínimo de inteligência, de cultura, de respeito, para não serem manipuladas pelos partidos mal intencionados. Devem associar os moradores interessados, e os desinteressados, ficarão fora do jogo político, porque essa é regra necessária, reclama quem participa.

O representante de um bairro deve ser político sim, obviamente, mas não deve estar sob tutela de um partido político apenas no exercício de seu mandato como representante de um bairro, sob pena de fechar portas de políticos adversários, incluindo o Executivo, geralmente habitado por políticos revanchistas, embora haja exceções.

Não há nenhuma incoerência, todos devem ser politizados e participarem de partidos, mas ao assumirem a função de representar todos os moradores de um bairro, onde residem pessoas de diversos pensamentos possíveis, e isso deve ser respeitado, os representantes dessa população devem se afastar da vida político-partidária.

Ao se candidatarem, devem se afastar da função de representante de moradores, passando a outro morador, que também vai ser partidariamente neutro durante o exercício do mandato, e, da mesma forma, jamais deverá levar a bandeira de um partido para dentro da associação, porque se assim fizer, fatalmente afastará muitos moradores que pensam de forma diferente, e o intuito desses movimentos sociais de moradores, é o inverso, é a união deles, para que encontrem juntos as soluções a serem cobradas da administração pública.

Pensem nisso senhores cidadãos e organizem-se com objetivos comunitários e não partidários, como vem acontecendo hoje em nossa cidade.

Marco Antonio Piva de Lima
(Diretor DCE-UNERJ)

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