16 de abril de 2011

A FARRA DAS MONTADORAS COM DINHEIRO PÚBLICO VIA BNDES

Em recente artigo escrito por professores da UNICAMP, disponível no http://www.cnmcut.org.br/, resta clara a falta de contrapartida por parte das montadoras multinacionais, que recebem dinheiro público através do BNDES, auferem grande lucro na sua atividade, mas remetem até dez vezes mais dinheiro para fora do País (suas matrizes), do que o valor dos investimentos feitos por aqui.

Segue trecho do artigo, que revela números impressionantes. Penso que para esse tipo de financiamento deveriam ser exigidas contrapartidas mais concretas e determinadas por parte das companhias transnacionais.

“As remessas das filiais automotivas para os debilitados caixas de suas matrizes atingiram a expressiva soma de US$ 4 bilhões, em 2010, o que representou um valor quase dez vezes maior do que os investimentos externos realizados por essas filiais no mesmo período (450 milhões de dólares).

Repete-se, assim, o movimento já observado durante e após a crise. Se considerarmos o período 2008-2010, as remessas de lucros e dividendos das empresas automotivas totalizaram US$ 12,4 bilhões ante investimentos externos de apenas US$ 3,6 bilhões, o que significa um saldo líquido negativo de US$ 8,8 bilhões, em que pese o excelente desempenho das vendas e da produção na economia brasileira”.

“Ao mesmo tempo que as remessas ao exterior se elevaram, as empresas do setor automotivo tomaram financiamentos de US$ 8,7 bilhões (aproximadamente, R$ 16,3 bilhões) ao BNDES, no período 2008-2010. Por outro lado, a média anual de investimentos produtivos foi da ordem de US$ 2 bilhões para as montadoras e de US$ 1,3 bilhões para as autopeças nos últimos anos. Isso significa que quase a totalidade dos recursos necessários para financiar seus investimentos saiu dos cofres públicos, enquanto parcela expressiva dos lucros foi transferida para as matrizes”.

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