12 de abril de 2008

BABIES FOR BURNING

Na Inglaterra, diante da presença de certos requisitos, o aborto é permitido até a vigésima oitava semana de gestação. O livro Babies For Burning, escrito na forma de documentário pelos jornalistas Michel Litchfeld e Susan Kentish, exibe de forma crua o "mundo cão" que também permeia o nosso tão civilizado Ocidente.

Não quero defender um ponto de vista pessoal, pois existem fortes argumentos em favor da descriminalização e outros tantos pela manutenção do atual estado de coisas.

O importante é salientar a importância de se tomar extremo cuidado com qualquer projeto de lei que tenha por escopo ampliar as hipóteses de aborto legal no Brasil, pois se for para seguir o caminho da descriminalização, que se aprenda com os erros dos outros países.

Quando se toca num tema desses, vale relembrar a lição de Voltaire: "Não concordo com uma só palavra do que dizes mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo."

Feitas estas considerações preliminares, segue trecho do livro, no qual o médico explica porque prefere vender os fetos abortados do que colocá-los no incinerador, tal como prevê a legislação inglesa:

"- Por quanto o senhor está vendendo?

- Bem, tenho bebês muito grandes. É uma pena jogá-los no incinerador. Há uso melhor para eles. Fazemos muitos abortos tardios, somos especializados nisso. Faço abortos que outros médicos não fazem. Fetos de sete meses. A lei estipula que o aborto pode ser feito quando o feto tem até 28 semanas. É o limite legal. Se a mãe está pronta para correr o risco, eu estou pronto para fazer a curetagem. Muitos dos bebês que tiro estão totalmente formados e vivem um pouco antes de serem mortos.

Houve uma manhã em que havia quatro deles, um ao lado do outro, chorando como desesperados. Era uma pena jogá-los no incinerador porque tinham muita gordura que poderia ser comercializada. Se tivessem sido colocados numa incubadeira poderiam sobreviver mas isso aqui não é berçário.

Não sou uma pessoa cruel, mas realista. Sou pago para livrar uma mulher de um bebê indesejado e não estaria desempenhando meu ofício se deixasse um bebê viver. E eles vivem, apesar disso, meia hora depois da curetagem. Tenho tido problemas com as enfermeiras, algumas desmaiam nos primeiros dias."





2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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