9 de março de 2008

LEGISLANDO PARA QUEM PAGA

No rodízio das comissões temáticas da Câmara, pólo de atração dos lobistas que freqüentam a Casa, pelo menos um terço dos novos presidentes são deputados cujas campanhas foram abastecidas por doações de setores interessados nos assuntos ali decididos.
A de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, por exemplo, será chefiada por Jilmar Tatto (PT-SP), que em 2006 recebeu R$ 173 mil de uma indústria de resina e de construtoras. Para a Comissão de Minas e Energia foi eleito Luiz Fernando Faria (PP-MG) -R$ 450 mil de mineradoras, siderúrgicas, empreiteiras e petroquímicas. Viação e Transportes ficou com Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) -R$ 608 mil de montadoras, locadoras de carros, concessionária de rodovias e postos de gasolina.
O deputado João Matos (PMDB-SC), que conseguiu a presidência da cobiçada Comissão de Educação e Cultura, recebeu R$ 100 mil para o caixa de sua campanha do dono da Brink Mobil, grande fabricante de brinquedos pedagógicos, uniformes e equipamentos escolares.
O PT deixou de lado comissões das quais no passado não abria mão, como Educação, CCJ e Direitos Humanos. Em tempos de PAC e de eleição, o partido preferiu Finanças, Desenvolvimento Econômico e Indústria e Ciência e Tecnologia.

(Folha de São Paulo. Coluna Painel, por Renata Lo Prete).

Um comentário:

Anônimo disse...

O sistema está devidamente minado pra continuar redondinho pra essa ratalhada.

"Lobby: garantindo o futuro do Brasil desde 1.500"