A
palavra demagogia deriva do grego “demagogós” e, quando decomposta, revela ser
a junção de “demas”, povo, com “agein”, conduzir.
Portanto,
a tão propalada demagogia não é nada mais do que a estratégia de conduzir a
vontade do povo (especialmente em relação ao voto), para alcançar o exercício
do poder público.
Na
sua origem, a palavra não detinha o sentido pejorativo que lhe foi atualmente
emprestado. Ao contrário, representava apenas aquele que tinha a missão de conduzir
o povo, o líder.
Com
o passar dos tempos, a demagogia passou a ser vista cada vez mais como forma de
alcançar o poder a qualquer custo, inclusive enganando e iludindo o povo com os
mais diversos artifícios.
Não
é preciso dizer que a demagogia ressurge com vigor a cada pleito eleitoral. É
durante as campanhas que ela mostra a sua face.
As
estratégias utilizadas são as mais diversas, mas destacam-se os discursos
populistas e vazios de conteúdo, os falsos elogios dirigidos ao povo, a
apresentação de propostas mirabolantes e sabidamente irrealizáveis, a concentração
de obras públicas justamente durante o período de campanha, e por aí vai.
Demagogo
é aquele que mexe com o ego, com a vaidade e com os sonhos do eleitor para
obter a vitória nas urnas, mesmo consciente da falsidade de seus discursos e promessas.
É
certo que uma boa quantidade de políticos dessa estirpe obterá êxito nas
próximas eleições, afinal Maquiavel já advertia no Século XV que “os homens são tão simplórios, e tão dominados
por suas necessidades imediatas, que um mentiroso sempre encontrará súditos
prontos para serem enganados.”
Apesar
disso, o melhor antídoto contra esses espécimes nefastos que poluem a vida
pública, é o raciocínio crítico acerca das propostas apresentadas, o
conhecimento a respeito da vida pregressa do candidato, sua qualificação
profissional e idoneidade moral.
Não
existem alternativas. Sem um criterioso exame por parte dos eleitores, não haverá
evolução na qualidade dos eleitos.
2 comentários:
Muito interessante a exposição feita nesta postagem. Agora, analisando o caso de nossa cidade, me espanta a quantidade de candidatos a vereador, pois, mais da metade é desconhecido da vida pública, ou seja, nunca moveu se quer um dedo para com a nossa sociedade. Com certeza analisar a vida pregressa destes é uma tarefa árdua, simplesmente pela quantidade de candidatos, e isso, no meu ponto de vista, prejudica muito o processo eleitoral e a forma com que os eleitores farão o seu juízo de valor a respeito dos candidatos. Quantos aos discursos, fica difícil acreditar, visto a cultura política corrupta e DEMAGOGA de nosso país.
Luiz, feliz a época em que o exercício da função de vereador era honorífico (Jaraguá do Sul até 1976), ou seja, o cidadão preocupado com a sua cidade era eleito por sua demonstração de boa vontade em legislar e fiscalizar os atos do Executivo. Agora, experimente diminuir ou excluir o polpudo salário, para ver a diminuição do número de interessados. Hoje temos 169 candidatos, mas quantos deles realmente estão interessados de forma sincera no bem-estar da coletividade?
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