1 de agosto de 2012

DEMAGOGIA



























A palavra demagogia deriva do grego “demagogós” e, quando decomposta, revela ser a junção de “demas”, povo, com “agein”, conduzir.

Portanto, a tão propalada demagogia não é nada mais do que a estratégia de conduzir a vontade do povo (especialmente em relação ao voto), para alcançar o exercício do poder público.

Na sua origem, a palavra não detinha o sentido pejorativo que lhe foi atualmente emprestado. Ao contrário, representava apenas aquele que tinha a missão de conduzir o povo, o líder.

Com o passar dos tempos, a demagogia passou a ser vista cada vez mais como forma de alcançar o poder a qualquer custo, inclusive enganando e iludindo o povo com os mais diversos artifícios.

Não é preciso dizer que a demagogia ressurge com vigor a cada pleito eleitoral. É durante as campanhas que ela mostra a sua face.

As estratégias utilizadas são as mais diversas, mas destacam-se os discursos populistas e vazios de conteúdo, os falsos elogios dirigidos ao povo, a apresentação de propostas mirabolantes e sabidamente irrealizáveis, a concentração de obras públicas justamente durante o período de campanha, e por aí vai.

Demagogo é aquele que mexe com o ego, com a vaidade e com os sonhos do eleitor para obter a vitória nas urnas, mesmo consciente da falsidade de seus discursos e promessas.

É certo que uma boa quantidade de políticos dessa estirpe obterá êxito nas próximas eleições, afinal Maquiavel já advertia no Século XV que “os homens são tão simplórios, e tão dominados por suas necessidades imediatas, que um mentiroso sempre encontrará súditos prontos para serem enganados.”

Apesar disso, o melhor antídoto contra esses espécimes nefastos que poluem a vida pública, é o raciocínio crítico acerca das propostas apresentadas, o conhecimento a respeito da vida pregressa do candidato, sua qualificação profissional e idoneidade moral. 

Não existem alternativas. Sem um criterioso exame por parte dos eleitores, não haverá evolução na qualidade dos eleitos.

2 comentários:

Luiz Félix disse...

Muito interessante a exposição feita nesta postagem. Agora, analisando o caso de nossa cidade, me espanta a quantidade de candidatos a vereador, pois, mais da metade é desconhecido da vida pública, ou seja, nunca moveu se quer um dedo para com a nossa sociedade. Com certeza analisar a vida pregressa destes é uma tarefa árdua, simplesmente pela quantidade de candidatos, e isso, no meu ponto de vista, prejudica muito o processo eleitoral e a forma com que os eleitores farão o seu juízo de valor a respeito dos candidatos. Quantos aos discursos, fica difícil acreditar, visto a cultura política corrupta e DEMAGOGA de nosso país.

Darwinn Harnack disse...

Luiz, feliz a época em que o exercício da função de vereador era honorífico (Jaraguá do Sul até 1976), ou seja, o cidadão preocupado com a sua cidade era eleito por sua demonstração de boa vontade em legislar e fiscalizar os atos do Executivo. Agora, experimente diminuir ou excluir o polpudo salário, para ver a diminuição do número de interessados. Hoje temos 169 candidatos, mas quantos deles realmente estão interessados de forma sincera no bem-estar da coletividade?