Do ponto de vista
etimológico, a palavra “absurdo” provém do latim absurdus, que indica aquilo que não se quer ou não se pode ouvir,
ou seja, aquilo que não se toleraria sequer ouvir, por ser inacreditável,
irracional ou impossível.
Mas qual o maior reino
do absurdo? Talvez seja realmente o mundo dos sonhos e dos sonhadores, que não
encontra limites, tampouco paralelos na realidade concreta e cotidiana.
Por mais racionais que
sejamos, admitimos em sonho verdades impensáveis, como viver no topo de um
prédio cercado por jacarés urbanos ou bater os braços como asas para levantar
voo, debater política com um tigre e tantas outras possibilidades e histórias que
cada um de nós já vivenciou e pode voltar a vivenciar a cada nova noite de
sono.
O que para muitos pode
soar como mera bobagem que deve ser simplesmente esquecida, foi objeto de
estudo por pesquisadores respeitados e revolucionários como Sigmund Freud e
Carl Gustav Jung.
No mundo das artes plásticas,
as representações muitas vezes simbólicas que são trazidas nos sonhos, assumem
importância de relevo a ponto de terem sido eternizadas por centenas de
artistas em obras de alto valor econômico.
Marc Chagal, por
exemplo, chegou a pintar um pássaro humanoide que comandava o picadeiro de um
circo (O Prestidigitador, 1943).
Pode-se citar ainda
Henri Rosseau, René Magritte, Paul Delvaux e tantos outros, nunca podendo se
esquecida a figura peculiar de Salvador Dali, grande ícone do Surrealismo que
tentou aproximar consciente e subconsciente de modo quase científico em telas
ricas em símbolos recorrentes como muletas, rochas, relógios e nuvens.
Talvez o sonho seja
apenas um meio de exteriorização de desejos reprimidos e impossíveis ou uma
forma turva e embaralhada de funcionamento do cérebro, porém, pode também
representar um modo de comunicação do subconsciente que, por sua vez utiliza um
padrão diferente de linguagem daquele que fomos educados para interpretar.
Alguém duvida?
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