13 de junho de 2012

O ABSURDO DOS SONHOS


























Do ponto de vista etimológico, a palavra “absurdo” provém do latim absurdus, que indica aquilo que não se quer ou não se pode ouvir, ou seja, aquilo que não se toleraria sequer ouvir, por ser inacreditável, irracional ou impossível.

Mas qual o maior reino do absurdo? Talvez seja realmente o mundo dos sonhos e dos sonhadores, que não encontra limites, tampouco paralelos na realidade concreta e cotidiana.

Por mais racionais que sejamos, admitimos em sonho verdades impensáveis, como viver no topo de um prédio cercado por jacarés urbanos ou bater os braços como asas para levantar voo, debater política com um tigre e tantas outras possibilidades e histórias que cada um de nós já vivenciou e pode voltar a vivenciar a cada nova noite de sono.

O que para muitos pode soar como mera bobagem que deve ser simplesmente esquecida, foi objeto de estudo por pesquisadores respeitados e revolucionários como Sigmund Freud e Carl Gustav Jung.

No mundo das artes plásticas, as representações muitas vezes simbólicas que são trazidas nos sonhos, assumem importância de relevo a ponto de terem sido eternizadas por centenas de artistas em obras de alto valor econômico.

Marc Chagal, por exemplo, chegou a pintar um pássaro humanoide que comandava o picadeiro de um circo (O Prestidigitador, 1943).

Pode-se citar ainda Henri Rosseau, René Magritte, Paul Delvaux e tantos outros, nunca podendo se esquecida a figura peculiar de Salvador Dali, grande ícone do Surrealismo que tentou aproximar consciente e subconsciente de modo quase científico em telas ricas em símbolos recorrentes como muletas, rochas, relógios e nuvens.

Talvez o sonho seja apenas um meio de exteriorização de desejos reprimidos e impossíveis ou uma forma turva e embaralhada de funcionamento do cérebro, porém, pode também representar um modo de comunicação do subconsciente que, por sua vez utiliza um padrão diferente de linguagem daquele que fomos educados para interpretar. Alguém duvida?

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