21 de junho de 2012

ANIVERSÁRIO DE CRIANÇA




















Atualmente as festas infantis estão mais complexas e converteram-se em verdadeiros eventos sociais dos pais, parentes e amigos, contando com uma série de recursos, equipamentos e, logicamente, os custos relacionados a essas novas necessidades.

Não digo que seja uma novidade, mas os aniversários possuem temas definidos que agora orientam toda a decoração, inclusive louças (mesmo descartáveis), enfeites, lembranças e alimentos.

As mães cuidam dos filhos durante a festa, mas contam também com o auxílio de recreadores profissionais, os brinquedos e músicas são politicamente corretos, os fotógrafos acompanham cada passo das crianças, assim como os garçons acompanham os copos dos adultos.

Relembro que na época de minha infância os aniversários também eram comemorados, porém de modo muito mais amador e familiar.

Nos dias atuais a palavra-chave é: praticidade, ou seja, é muito mais prático pagar para que alguém forneça espaço, brinquedos, alimentação e decoração do que providenciar todos esses itens e depois ainda ter que limpar a sujeira, lavar a louça suja e desmontar a decoração.

Não tenho dúvida de que se trata de um caminho sem volta, pois é inegável que as festas profissionais partiram de uma boa ideia e têm suas virtudes, ainda mais numa época em que grande parte das famílias passou a viver em apartamentos.

Porém, talvez por mero romantismo salpicado de nostalgia, eu seja obrigado a confessar que gosto mais das festas domésticas, pequenas, familiares e íntimas.

Lembro-me da época em que os encontros promovidos nos aniversários privilegiavam o convívio das vovós com os netos e destes com alguns poucos coleguinhas de escola, quando também as tias faziam os salgados e doces, os primos brincavam de esconde-esconde sujando suas roupas de terra e suor e as meninas ficavam na sala com suas bonecas.

Mesmo durante as festas havia “bullying”, mas ninguém sabia que era errado ou imoral e sobrevivemos muito bem a tudo isso. Os pais eram condescendentes e as crianças geralmente se perdoavam.

E os presentes? Nas festas de hoje, os presentes são coletados por pessoas treinadas e estrategicamente posicionadas na entrada, mas antigamente os presentes eram entregues pelos convidados diretamente para as crianças, que abriam na frente de todos naquele mesmo momento, o que era sempre uma incerteza de reação, principalmente se fosse um par de meias ou uma cueca.

A par das diferenças trazidas pela evolução dos costumes sociais, o que importa mesmo é o calor humano e a sinceridade de sentimento entre as pessoas que se reúnem para celebrar o crescimento de seus filhos, parentes e amigos, pouco importando se numa pequena festa doméstica ou no bufê mais luxuoso da região.

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