Atualmente as festas infantis
estão mais complexas e converteram-se em verdadeiros eventos sociais dos pais,
parentes e amigos, contando com uma série de recursos, equipamentos e,
logicamente, os custos relacionados a essas novas necessidades.
Não digo que seja uma
novidade, mas os aniversários possuem temas definidos que agora orientam toda a
decoração, inclusive louças (mesmo descartáveis), enfeites, lembranças e
alimentos.
As mães cuidam dos
filhos durante a festa, mas contam também com o auxílio de recreadores
profissionais, os brinquedos e músicas são politicamente corretos, os
fotógrafos acompanham cada passo das crianças, assim como os garçons acompanham
os copos dos adultos.
Relembro
que na época de minha infância os aniversários também eram comemorados, porém
de modo muito mais amador e familiar.
Nos dias atuais a
palavra-chave é: praticidade, ou seja, é muito mais prático pagar para que
alguém forneça espaço, brinquedos, alimentação e decoração do que providenciar
todos esses itens e depois ainda ter que limpar a sujeira, lavar a louça suja e
desmontar a decoração.
Não tenho dúvida de que
se trata de um caminho sem volta, pois é inegável que as festas profissionais partiram
de uma boa ideia e têm suas virtudes, ainda mais numa época em que grande parte
das famílias passou a viver em apartamentos.
Porém, talvez por mero
romantismo salpicado de nostalgia, eu seja obrigado a confessar que gosto mais
das festas domésticas, pequenas, familiares e íntimas.
Lembro-me da época em
que os encontros promovidos nos aniversários privilegiavam o convívio das vovós
com os netos e destes com alguns poucos coleguinhas de escola, quando também as
tias faziam os salgados e doces, os primos brincavam de esconde-esconde sujando
suas roupas de terra e suor e as meninas ficavam na sala com suas bonecas.
Mesmo durante as festas
havia “bullying”, mas ninguém sabia que era errado ou imoral e sobrevivemos
muito bem a tudo isso. Os pais eram condescendentes e as crianças geralmente se
perdoavam.
E os presentes? Nas
festas de hoje, os presentes são coletados por pessoas treinadas e
estrategicamente posicionadas na entrada, mas antigamente os presentes eram
entregues pelos convidados diretamente para as crianças, que abriam na frente de
todos naquele mesmo momento, o que era sempre uma incerteza de reação,
principalmente se fosse um par de meias ou uma cueca.
A par das diferenças
trazidas pela evolução dos costumes sociais, o que importa mesmo é o calor
humano e a sinceridade de sentimento entre as pessoas que se reúnem para
celebrar o crescimento de seus filhos, parentes e amigos, pouco importando se
numa pequena festa doméstica ou no bufê mais luxuoso da região.
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