19 de abril de 2010

TOC-TOC-TOC...

Toc-toc-toc!

Olho para o vidro lateral do carro às 22h30min de sábado.

O que vejo é um par de incisivos superiores queimados, provavelmente pelo crack.

Baixo o vidro...- Pois não?

- “Deizão” pra estacionar aqui patrão!

Diante do tom imperativo do rapaz, inicia-se neste momento o raro fenômeno da combustão espontânea em minhas entranhas.

É claro que não adiantaria dizer que a rua é pública e que ele não poderia cobrar para que eu estacionasse ali.

Olhei para o lado e vi minha mulher arrumada, pronta para o jantar, eu não ia estragar tudo...

Desci do carro e com todas as forças: - “Deizão” não, né parceiro, "tais” querendo me quebrar!

Aqueles olhos opacos então negociaram no desespero: - Pois é né, “deizão” é só pra patrão. Vai cinco mesmo, só pra colaborar com a gente...

Nisso já vi a nota de cinco sendo apontada pela Tayse. Bastou entregar e ir embora, torcendo para que o meu calor interno abrandasse.

Na volta, como já esperava, o zeloso profissional cuidador noturno de carros não estava...

Deve ter ido aproveitar o “cincão”.

Um comentário:

Tayse disse...

Adorei! Tá certo que na hora não foi nada engraçado.

Beijo!