13 de abril de 2010

PASTOR ENSINANDO A ARRECADAR DINHEIRO



Eduardo Cândido da Silva, um ex-voluntário da Igreja Universal, entregou ao Ministério Público de São Paulo um elucidativo lote de vídeos.

As peças contêm cenas de duas reuniões conduzidas por mandachuvas da igreja em São Paulo no ano de 2008.

Vivia-se em 2008 o auge da crise financeira global. E o bispo Panceiro decidiu ministrar aos seus pares aulas sobre como extrair dos fiéis o máximo de “ofertas”.

No vídeo reproduzido lá no alto, o “irmão” Panceiro diz: “Nós vamos virar o jogo”. Prossegue: “Não é agora com a crise que a gente vai recuar...”

“...Não, muito pelo contrário, porque a crise só se vence com a fé. Com essa crise, se eu não pegar tudo que eu tenho no banco e dar pra Deus, o espírio da crise vai pegar eu (sic). Não é legal isso?”

Panceiro instila otimismo: “É o momento de a gente apinhar as igrejas, de trabalhar com a fé”.

Orienta os bispos a invocar nos cultos o exemplo de um personagem bíblico: Isaac. Aquele que, para fugir da fome, seguiu ordens divinas de semear em solo ruim. E obteve farta colheita.

“A gente tem que passar esse espírito pros pastores”, ensina o bispo Panceiro. “Eu combinei com os regionais aqui o seguinte, malandro...:”

“...[...] Colocar três bíblias abertas em Isaac, nessa passagem, e na hora da oferta, no domingo [Panceiro esfrega as mãos], fala assim...:”

“...Olha pessoal, em nome de Jesus, você que vai semear agora em cima dessa palavra aqui. Com R$ 10 mil pra cima, vem aqui na frente e coloca...”

“...Muito bem, com R$ 1.000 pra cima, vem aqui na frente. Com R$ 500 pra cima, vem aqui na frente...”

“...Com R$ 100 pra cima, com R$ 10 pra cima, com R$ 1 pra cima, coloca aqui. Aí, a gente não está, como se diz, estipulando, porque foi obra da oferta, um desafio”.

No vídeo exposto abaixo, o bispo Panceiro faz referência a um assalto contra carro que levava R$ 52 mil da Universal.

O infortúnio ocorrera na véspera. E Panceiro se disse convencido de que fora obra de policiais. Ele recomenda aos pastores que se aproximem da bandidagem.

É explícito a mais não poder: “O nosso problema não é bandido, o nosso problema é polícia. Isso em todo Brasil”.

Um comentário:

Raphael Rocha Lopes disse...

"Eu combinei com os regionais aqui o seguinte, malandro." Bom, muito bom linguajar... amém!