10 de fevereiro de 2008

UMA ÉTICA PARA O NOVO MILÊNIO

Muito mais eficaz e importante do que as leis é o nosso respeito pelos sentimentos dos outros do ponto de vista meramente humano.
(...)
A generosidade é considerada uma virtude em todas as grandes religiões e em todas as sociedades civilizadas e claramente traz benefícios tanto para quem dá quanto para quem recebe. O que recebe é aliviado das dificuldades geradas pela necessidade. O que dá é revigorado pela alegria que sua dádiva proporciona ao outro. Ao mesmo tempo, temos de reconhecer que existem diferentes tipos e graus de generosidade. Quando se é generoso com o intuito de melhorar a imagem que os outros fazem de nós - para ganhar fama ou levá-los a achar que somos bondosos -, desvirtuamos o ato. Não é generosidade que se pratica, é auto-engrandecimento. Da mesma forma, aquele que dá muito pode não estar sendo tão generoso quanto aquele que dá pouco. Tudo depende dos recursos e da motivação de quem dá.
(Sua Santidade o Dalai Lama. op. cit. p. 54, 87-88).

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois bem, mas e o ato da generosidade pasteurizada, aquela que consiste no mero pão ao indiozinho, ou nos cinco reais para os bombeiros na conta de luz, ou nos dez reais para a AMA na conta de telefone?

A ajuda é mais que bem-vinda, claro, mas esse não é o ato gerado mais por alívio de consciência? Queria ouvir mais sobre isso. O auto-engrandecimento já foi refletido e teve sua linha demarcada por aqui, mas ainda não sei como fica a auto-preservação de consciência - que por estar indefinida, deixa o roto pior que o rasgado às vezes.