Do latim confidentia, confiar significa dar fé, acreditar, crer em algo ou em alguém. É, portanto, um sentimento íntimo que pode ser conquistado através da experiência ou transmitido por vínculos familiares, de educação ou de tradição.
Todavia, diante da realidade mutante, líquida, urgente e descartável que nos cerca, aquilo que vale hoje, parece não fazer sentido no dia seguinte. Palavra de honra, juramento e promessa soam antiquados diante de uma massa treinada para buscar a vantagem apesar de tudo e de todos.
Nem as instituições mais tradicionais escapam, pois em última análise também são feitas dessa mesma geração que se esconde atrás do nome de empresas e de cargos públicos, para praticar o que jamais teria coragem de fazer em nome próprio.
Pare por um minuto e pense: você confia que o Estado está cumprindo a missão de amparar as pessoas, assegurando-lhe o direito a vida digna, saúde e segurança? Você confia que os candidatos a cargos públicos desejam, em primeiro lugar, a construção de um mundo melhor? Você confia que as igrejas sejam formadas por pessoas interessadas apenas em religar (religare, religião) o homem a Deus? Você confia na isenção de opinião da grande imprensa? Você confia nas boas intenções das corporações transnacionais do ramo farmacêutico? Você confia que o livre mercado é o modo adequado e suficiente para um mundo melhor? Você confia que o alimento industrializado disponibilizado ao consumo é o melhor e mais seguro? Você confia?
A maioria, e perceba que é ela quem manda em um regime democrático, não pára sequer para refletir se confia ou não, se é verdade ou mentira, apenas segue bovinamente pelo pasto que lhe é destinado.
William Shakespeare (ou aquele que escrevia seus textos), profetizou com a costumeira genialidade atemporal em Rei Lear: “eis o tempo da praga, em que os loucos guiam os cegos.”
Isso me faz lembrar também da Síndrome de Anton, na qual o paciente, vítima de cegueira cortical, nega estar cego. O paciente tem a convicção de que consegue ver, porque presencia uma série de alucinações que o fazem ter a impressão de estar diante de um mundo que, na realidade, não existe.
Todavia, diante da realidade mutante, líquida, urgente e descartável que nos cerca, aquilo que vale hoje, parece não fazer sentido no dia seguinte. Palavra de honra, juramento e promessa soam antiquados diante de uma massa treinada para buscar a vantagem apesar de tudo e de todos.
Nem as instituições mais tradicionais escapam, pois em última análise também são feitas dessa mesma geração que se esconde atrás do nome de empresas e de cargos públicos, para praticar o que jamais teria coragem de fazer em nome próprio.
Pare por um minuto e pense: você confia que o Estado está cumprindo a missão de amparar as pessoas, assegurando-lhe o direito a vida digna, saúde e segurança? Você confia que os candidatos a cargos públicos desejam, em primeiro lugar, a construção de um mundo melhor? Você confia que as igrejas sejam formadas por pessoas interessadas apenas em religar (religare, religião) o homem a Deus? Você confia na isenção de opinião da grande imprensa? Você confia nas boas intenções das corporações transnacionais do ramo farmacêutico? Você confia que o livre mercado é o modo adequado e suficiente para um mundo melhor? Você confia que o alimento industrializado disponibilizado ao consumo é o melhor e mais seguro? Você confia?
A maioria, e perceba que é ela quem manda em um regime democrático, não pára sequer para refletir se confia ou não, se é verdade ou mentira, apenas segue bovinamente pelo pasto que lhe é destinado.
William Shakespeare (ou aquele que escrevia seus textos), profetizou com a costumeira genialidade atemporal em Rei Lear: “eis o tempo da praga, em que os loucos guiam os cegos.”
Isso me faz lembrar também da Síndrome de Anton, na qual o paciente, vítima de cegueira cortical, nega estar cego. O paciente tem a convicção de que consegue ver, porque presencia uma série de alucinações que o fazem ter a impressão de estar diante de um mundo que, na realidade, não existe.
Infelizmente essa é a constatação do tempo presente. Vivemos em meio a uma legião gigantesca de cegos que confiam naquilo que veem e nas palavras que lhes são ditas pelo Estado, pela Igreja, pela grande mídia e pelas corporações transnacionais, as quais estabelecem, com fundamento no melhor modo de auferir lucro, o modus vivendi da humanidade.
Ah, se todo mundo duvidasse! Se os planos de governos fossem analisados, questionados e fiscalizados pelos eleitores, se as notícias veiculadas pela grande mídia fossem recebidas de forma crítica, se os corruptores e corruptos fossem penalizados à altura do mal que causam à sociedade, se o Estado tomasse as rédeas do mercado para restringir os ganhos do capital especulativo e ficto, se houvesse fiscalização e punição das grandes corporações que agem como sociopatas sem rosto, destruindo recursos naturais, escravizando pessoas e eliminando os pequenos concorrentes.
E você, caro leitor, não precisa confiar em nada do que está lendo. Afinal, é mais saudável questionar, duvidar e refletir, do que receber passivamente verdades prontas e acabadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário