1 de agosto de 2011

UM FIM



















Marcelo havia me dito que estava odiando toda aquela brancura, todos aqueles metais e aparelhos, toda aquela higiene e atenção constantes que já duravam quatro meses ininterruptos.

Não tinha privacidade, liberdade ou prazer. Apenas as providências necessárias para continuar existindo.

Nesses momentos surge o desejo pelas pequenas coisas, o simples passa a ser valioso. Marcelo desejava contemplar a fumaça de um incensário passando na frente de uma parede escura.

O desejo dele não se concretizou.

Quando o caixão baixou, joguei-lhe um incenso.

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