Marcelo havia me dito que estava odiando toda aquela brancura, todos aqueles metais e aparelhos, toda aquela higiene e atenção constantes que já duravam quatro meses ininterruptos.
Não tinha privacidade, liberdade ou prazer. Apenas as providências necessárias para continuar existindo.
Nesses momentos surge o desejo pelas pequenas coisas, o simples passa a ser valioso. Marcelo desejava contemplar a fumaça de um incensário passando na frente de uma parede escura.
O desejo dele não se concretizou.
Quando o caixão baixou, joguei-lhe um incenso.
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