A Ciência Natural ensina que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Por essa razão, os mais dramáticos afirmam que “nascemos para morrer”. Todavia, a verdade é que após o término do desenvolvimento físico, inicia imediatamente a decrepitude, ou seja, lentamente inicia-se o processo de envelhecimento, durante o qual, diversas estruturas físicas, antes perfeitas, agora passam a ser gradualmente rompidas.
Esse processo gradual de rompimento das estruturas físicas, que continua depois da morte até o completo desfazimento da estrutura corpórea, é denominado de corrupção (do latim cum + ruptio = “romper com” as estruturas).
Cum ruptio ou corrupção é, portanto, vocábulo oriundo da biologia e emprestado para o campo de estudo da Sociedade e do Estado.
No Estado, ocorre a corrupção ou o rompimento das estruturas, quando os agentes que formam este grande ser artificial criado pelo homem (vide Hobbes), deixam de cumprir com o seu papel no organismo estatal para desviar sua função em proveito próprio.
Isto é, um órgão estatal está corrompido quando agentes públicos deixam de zelar pelo interesse coletivo (verdadeira função), para privilegiar interesses particulares, sejam eles financeiros (em sua maioria) ou não.
Destarte, ao contrário do que se pode pensar num primeiro momento, o termo corrupção não nasce no direito ou na sociologia (onde mais comumente vemos o seu emprego), mas sim na biologia, sendo emprestado das ciências naturais para as ciências humanas.
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